O Blog “Falando de Copa”, como o próprio nome já acusa, é para falar sobre Copa do Mundo. Não ficará em completo stand by durante os próximos 4 anos, até 2014 sempre que houver algum assunto relacionado a Copa do Mundo que eu queira escrever bobagens a respeito vou acioná-lo. Mas para não ficar somente na expectativa de Copa do Mundo e afins para manifestar minha opinião “Entre umas e outras” (http://entre-umas-e-outras.blogspot.com/) entra em ação para que eu possa comentar a respeito de assuntos diversos e não ficar sem escrever bobagem.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Você de novo?!?!?!?

Nesta Copa teremos, ou poderemos ter, a reedição de alguns confrontos interessantes, vamos comentar alguns.

No Grupo A, nada de muito especial, México e França estiveram no mesmo grupo também em 1966, empataram em 1 a 1 e morreram abraçados, nenhum dos dois passou de fase. Caso surpreenda, o Uruguai pode ser adversário do Brasil numa eventual semifinal, esse encontro ocorreu na semi de 70 quando batemos o Uruguai por 3 a 1, também encontramos o Uruguai em 1950, mas não queremos falar sobre isso.
Em 1994 Argentina e Nigéria também dividiram grupo, embora no confronto direto tenha dado Argentina por 2 a 1, a Nigéria ficou em primeiro lugar no grupo e se classificou direto para a fase seguinte, a Argentina por sua vez ficou em terceiro e se classificou pelo índice técnico.
Outro reencontro na fase de grupos será entre Estados Unidos e Inglaterra, em 1950 os EUA ficaram em ultimo lugar no Grupo 2, perderam dois jogos e ganharam uma única partida, justamente da Inglaterra, por 1 a 0.
No grupo D a Alemanha irá rever a Austrália. Na fase de grupo em 1974 a Austrália perdeu para as duas Alemanhas e ficou em ultimo lugar no grupo.
Em 1950 em jogo válido pelo Grupo 3, a então bi-campeã Itália bateu o Paraguai por 2 a 0, de nada adiantou, ambas ficaram pela primeira fase mesmo.
Grupo G, em 1966 o Brasil, bi-campeão, estava no Grupo 3 juntamente com Portugal, e se enfrentaram em jogo válido pela terceira rodada, Pelé havia se contundido na estréia contra a Bulgária e fora poupado na segunda rodada na derrota para a Hungria, mesmo contundido Pelé foi a campo contra Portugal, mas pouco pode fazer. Portugal ganhou por 3 a 1, com direito a dois gols de Eusébio (o Pelé português). Portugal se classificou em primeiro no grupo com sobras, e o Brasil voltou para casa. Naquele mesmo ano Portugal acabou enfrentando a Coréia do Norte nas quartas (não havia oitavas de final), em uma partida emblemática, a Coréia chegou a abrir 3 a 0 para cima dos lusos, mas Portugal acabou virando para 5 a 3, com direito a 4 gols do português de Moçambique, Euzébio (o Pelé português).
Grupo H, também em 1966 a Espanha encontrou a Suíça no Grupo 2, a vitória dos espanhóis por 2 a 1 de nada adiantou, ambas as seleções caíram na primeira fase. A Suíça voltaria a ter a Espanha em seu caminho nas oitavas da Copa de 1994, e acabaria sucumbindo perante o bom time espanhol de Luís Henrique, Hierro e companhia. Em 1950 pelo Grupo 2 a Espanha bateu o Chile por 2 a 0. Já no Grupo 2 da Copa de 62 o Chile bateu a Suíça por 3 a 1.
Na fase de mata-mata uma combinação de resultados pode colocar muitos conhecidos no caminho do Brasil, nas oitavas podemos ter Chile (vencemos nas semi de 62 e nas oitavas de 98) ou Suíça (empatamos na fase de grupo em 1950), nas quartas pode vir Holanda (em 74 perdemos na segunda fase, em 94 ganhamos nas quartas, e em 98 ganhamos na decisão por pênaltis na semifinal), na semifinal podemos encontrar nosso amuleto, a Inglaterra, e a final pode ser novamente contra a Alemanha.
Um infortúnio de um ou de outro pode ocasionar logo nas oitavas o encontro de Holanda e Itália, em 78 deu Holanda na segunda rodada por 2 a 0. Outro infortúnio pode ocasionar já nas oitavas Alemanha e Inglaterra (Na polêmica final de 66 deu Inglaterra, em 70 nas quartas novamente foi necessária a prorrogação, mas desta vez deu Alemanha, empate na segunda rodada em 82 e finalmente vitória da Alemanha nos pênaltis em 1990). O mais provável é que nas oitavas a Alemanha reencontre os EUA (deu Alemanha na fase de Grupos em 1998 e nas quartas de 2002). Uma outra hipótese para as oitavas é Argentina e França (deu Argentina na fase de grupos de 30 e 78).
Nas quartas podemos ter novamente Argentina e Alemanha (nas quartas de 2006 deu Alemanha nos pênaltis em uma das melhores partidas daquela Copa, fora isso a Argentina perdeu para a Alemanha Ocidental na fase de Grupos de 58, empate em 66 também na fase de grupos, depois protagonizaram duas finais seguidas em 86 e 90 com um título para cada uma). Também nas quartas a Espanha pode encontrar a Dinamarca (em 86, nas oitavas, deu Espanha pó 5 a 1). A Inglaterra pode pegar o México (em 66, na fase de grupos, deu Inglaterra por 2 a 0). O adversário da Inglaterra pode também ser a França (na fase de grupos deu Inglaterra em 66 e 82). Ou a França pode enfrentar a Alemanha (em 58 deu França na disputa pelo terceiro lugar, em 82 a semifinal foi para os pênaltis e deu Alemanha, novamente em 86 deu Alemanha na semi). Brasil e Itália é uma possibilidade (o confronto dispensa comentários)
Nas semifinais podemos ter Espanha e França (em 2006 deu França nas oitavas). Ou a Espanha pode pegar a Alemanha (sempre em fases iniciais, deu Alemanha em 66 e 82 e empate em 94). Inglaterra e Holanda é uma possibilidade (empate na fase de grupos em 90). Outra possibilidade para a Inglaterra é ter de enfrentar a Itália (na disputa de terceiro lugar em 90 deu Azzurra).
Nas Finais e disputas de terceiro lugar podemos ter combinações ácidas como Brasil e Argentina, Itália e França, Brasil e França, entre outros reencontros.
O importante é, entre encontros, reencontros e desencontros essa Copa promete.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Grupo a Grupo - Grupo D


Alemanha
Austrália
Sérvia
Gana


Aparentemente um grupo tranquilo para o seu cabeça de chave.

O dono do Grupo:

Alemanha – Sabe o tal “time de chegada”, pois bem a Alemanha é a “seleção de chegada”, esteve presente em 16 Copas de 18 possíveis, e em 11 oportunidades ficou entre os quatro primeiros, assim como o Brasil, disputou 7 finais, porém, como se sabe, ganhou apenas 3 (como Alemanha Ocidental, depois da unificação não ganhou mais nada, acho melhor erguer o muro novamente... brincadeira). E também assim como o Brasil chegou a disputar 3 finais seguidas (82, 86 e 90). No somatório de pontos é a segunda seleção no ranking das Copas, atrás apenas do Brasil (que esteve em todas as Copas) e a frente inclusive da Itália que tem um título a mais. Esteve nas duas ultimas semi-finais e tem chances de estar neste ano novamente. Perdeu recentemente Michael Ballack por conta de lesão, não vejo como grande perda, nunca vi em Ballack esse “craque” que alguns dizem que ele é. Bem verdade que é dependente de jogadores naturalizados, como a dupla de ataque polonesa, que em 2006 viveu o curioso momento de enfrentar a Polônia. A novidade para este ano é o brasileiro naturalizado Claudemir Jerônimo Barretto, o Cacau, também atacante. A equipe tem bons valores como o lateral esquerdo Philipp Lahm e o meia Bastian Schweinsteiger. O Brasil pode ser o maior campeão e o único país a participar de todas as Copas, mas ainda precisa apresentar a consistência da seleção alemã.
Olho nele: Lukas Podolski, ainda jovem, porém mais experiente e já tendo participado de uma Copa, fez 6 gols em 9 partidas nas eliminatórias, e deve fazer alguns na África do Sul.

Os convidados:

- Austrália – Vai para sua terceira Copa, com grande chances de brigar pelo ultimo lugar. Em 2006 conseguiu passar às oitavas ficando em segundo no grupo do Brasil, de certa forma surpreendeu ao superar Japão e Croácia, fez 5 gols e sofreu 5. Em 1974 caiu na primeira fase ao ficar em ultimo lugar no grupo que tinha as duas Alemanhas.
Olho nele: Tim Cahill, jogador do Everton da Inglaterra, foi o artilheiro da equipe nas eliminatórias.

- Sérvia – Tem uma quantidade de participações até que considerável, vai para sua 11ª Copa, com constante variação de nome e bandeira, a antiga Iugoslávia, deu lugar a Republica Federal da Iugoslávia, que por sua vez deu lugar a Servia e Montenegro e agora vem a Servia. O Fato é que nenhum dos nomes trouxe muita sorte. Foi semifinalista na primeira Copa do Mundo de todos os tempos (1930). Possui um título no futebol que o Brasil ainda não tem, o ouro olímpico conquistado em 1960. Não há muito que esperar, a classificação para as oitavas é improvável.
Olho nele: Nemanja Vidic, o zagueiro do Manchester é referência mundial na posição.

- Gana – Em sua segunda participação em Copas tem grande chance de ser o destaque de seu continente. Em 2006 foi às oitavas ao se classificar em segundo lugar no grupo da Itália, foi eliminada pelo Brasil. É a atual campeã mundial sub 20, bateu o Brasil na final de 2009, e atual vice-campeã da Copa das Nações Africanas, alguns meses atrás perdeu a final para o Egito (atual tri-campeão) por 1 a 0. Deve ficar com a segunda vaga do grupo.
Olho nele: Michael Essien, habilidoso meia do Chelsea da Inglaterra é o destaque da equipe.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Jogos que me lembro - Brasil e EUA (1994)


Sempre se escuta por ai que esse ou aquele é um jogo com todos os ingredientes de um grande jogo. Não vou dizer que o jogo sobre o qual vou escrever tem todos os tais ingredientes, até porque a lista de “condimentos” possíveis em uma grande partida são incontáveis. Além do mais, assim como na culinária, uma mistureba com todos os condimentos possíveis resultaria em algo no mínimo bizzarro. O que uma boa comida precisa é de alguns ingredientes na medida certa.
E o jogo entre Brasil e Estados Unidos nas oitavas de final da Copa de 1994, foi muito bem temperado, com os seus ingredientes na medida certa. Anote a receita:
- Primeiro pegue a Seleção do país onde surgem os melhores jogadores do mundo;
- A Seleção precisa ficar em banho Maria (24 anos sem conquistar uma Copa está de bom tamanho);
- Acrescente uma dose do fato de que a tal Seleção foi eliminada de maneira precoce e traumática (vide postagem de 17/05/2010) na mesma fase (oitavas) na Copa anterior;
- Agora pegue um jogador exemplar em termos de postura, conduta profissional e polidez (como Leonardo), e o faça ser expulso de campo por agressão, ainda no primeiro tempo, com 0 a 0 no placar, deixando a equipe com um a menos;
- Acrescente a isso o fato do adversário ser o dono da casa... ah.... quase me esqueço... deixe o jogo rolar em local de grande popularidade internacional e de grande estima por parte dos donos da casa, uma forma Califórnia seria excelente;
- Abuse de bolas na trave e gols perdidos;
- Após aproximadamente 74 minutos de bola rolando, faça um gol, um toque genial com uma finalização rasteira no canto;
- E por fim o ingrediente mais especial, que deixará a vitória deliciosa: que jogo aconteça no dia do principal feriado dos donos da casa.
Siga esses passos e após 90 minutos terá um jogo saboroso com uma vitória de dar água na boca e uma Seleção com aquele cheirinho de título.

A Seleção Brasileira de 94, como se diz por ai, pode não ser aquele primor de futebol arte, e a seleção dos Estados Unidos também não tinha lá muita técnica, mas foi um daqueles jogos emblemáticos de Copas do Mundo.
Ficou claro que, embora chato e por vezes desagradável de ver, o pragmático esquema tático armado por Carlos Alberto Parreira era eficiente, praticamente dois na frente e oito atrás. Claro que essa eficiência tinha como base a capacidade dos jogadores de dar vida àquela proposta de trabalho.
A Copa de 1994 teve lugar nos Estados Unidos com a intenção de atrair atenção da população local para o soccer, já que os norte-americanos assumidamente são admiradores de esportes que proporcionem placares largos ou alta velocidade. Embora não fossem muito ligados a sua seleção de futebol o fato do jogo ter ocorrido em 4 de julho, feriado da independência norte-americana, mexeu com os sobrinhos do tio Sam. Trata-se de um povo extremamente patriota e 4 de julho é a data favorita para externar esse patriotismo. E mesmo a seleção norte-americana já tendo superado todas as expectativas ao passar da primeira fase, aquele foi um tremendo balde de água fria neles.
Vale lembrar que o futebol é provavelmente a maior contra-tendência desse mundão globalizado sem porteira. A música, os filmes, o fast-food, a economia, a cultura norte-americana de um modo geral domina o nosso mundo capitalista, mas os esportes deles não. O esporte mais popular do mundo surgiu na Inglaterra e foi aperfeiçoado no Brasil.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Grupo a Grupo - Grupo C


Inglaterra
Estados Unidos
Argélia
Eslovênia

Ao que tudo indica as equipes que se classificarão no grupo estão previamente estabelecidas. A ordem ainda é duvida.

O dono do Grupo:

Inglaterra – Tendo vencido uma única Copa do Mundo disputada em casa em 1966, com a eterna polêmica do gol que não foi gol na final contra a Alemanha Ocidental, a Inglaterra parte em busca do bi em meio a uma pequena crise extra campo e ao mesmo tempo extra conjugal. O capitão John Terry perdeu a faixa, e o respeito de alguns colegas, quando veio a tona seu caso com a mulher do até então amigo e colega de seleção Wayne Bridge, que desistiu de atuar na seleção após o caso. Sociedades extra campo à parte, a Inglaterra não deve ter problemas para passar a próxima fase, o primeiro lugar no grupo é até discutível. O time é experiente e nesta Copa conta com o pragmatismo dos esquemas armados por Fábio Capello. É uma espécie de amuleto do Brasil, todas as vezes que cruzamos com a Inglaterra acabamos campeões. Aliás, só não cruzamos a Inglaterra no título de 94, Copa na qual a Inglaterra não compareceu. De todos os confrontos entre Brasil e Inglaterra em Copas, um único empate, 0 a 0 em 58, no mais só vitórias do Brasil, freguês de carteirinha.
Olho nele: Wayne Rooney, de certa forma as saídas de Cristiano Ronaldo e Carlos Tevez do Manchester United lhe fizeram mais bem do que mal, a “sobrecarga de trabalho” lhe deu a oportunidade e o espaço para mostrar seu talento, e ele não desapontou, embora não tenha conseguido títulos para o Manchester, fez muitos gols e uma boa temporada. É habilidoso, trombador e tem faro de gol.

Os convidados:

- Estados Unidos – Yes, we can!!! O slogan foi utilizado para promover os ideais de mudança na campanha presidencial de Barack Obama. Se o atual presidente norte-americano está realizando o que prometeu são outros quinhentos. O fato é que hoje em dia o slogan facilmente se aplica a seleção norte-americana de futebol. O soccer dos USA já não se resume apenas ao brilhantismo de sua equipe feminina. Os Estados Unidos já não é aquela seleção ingênua da década de 90. Embora não tenham passado da primeira fase na Copa de 2006, marcaram um único ponto que poderia ter sido 3 caso a arbitragem não tivesse dado uma forcinha para a Itália no jogo que acabou 1 a 1. Em 2002 surpreendeu ao vencer Portugal na fase de Grupos e ao chegar as oitavas, quando parou naquela que seria vice campeã, a Alemanha. Em 2009 viveu seu momento mais mágico, despacharam nas semi-finais da Copa das Confederações nada mais nada menos que o bicho papão Espanha, e quase aprontaram pra cima do Brasil nas finais, chegaram abrir 2 a 0, mas ai, a mística da amarelinha falou mais alto. Contam com a habilidade e gols do bom atacante Jozy Altidore. Fato curioso em 1998 enfrentaram o Irã, num jogo no qual se temia até atentado terrorista em virtude das nada amigáveis relações dos EUA com o Irã, porém, em mais um grande exemplo vindo do esporte, o jogo, no qual deu Irã por 2 a 1, foi marcado pelo Fair Play entre as equipes.
Olho nele: Landon Donavan, aos 27 anos o meia atacante, que é recordista de atuações e gols pela seleção norte-americana, vai para sua terceira Copa. Mostrou estar em boa fase na seleção na Copa das Confederações de 2009, acabou com a Espanha na semi.

- Argélia – Pela terceira vez em Copas do Mundo, esteve anteriormente em 1982 e 1986, a Argélia conseguiu sua vaga ao vencer um jogo de desempate contra o Egito, (seleção atual tri-campeã da Copa das Nações Africanas) que se tornou uma batalha extra campo, torcedores dos dois países atacaram as embaixadas dos rivais, muitos feridos. Em 1982 fizeram uma campanha surpreendente, bateram o Chile e a poderosa Alemanha Ocidental, não passaram da primeira fase por conta de uma vitória um tanto quanto Mandrake da Alemanha sobre a Áustria na ultima rodada da fase de grupo que acabou favorecendo as duas seleções Européias. Um dos muitos franceses naturalizados do time, Karim Matmour é habilidoso e driblador.
Olho nele: Anthar Yahia, o zagueiro artilheiro é especialista em marcar gols decisivos para a equipe.

- Eslovênia – Em sua segunda participação em Copas busca o seu primeiro ponto, já que em 2002 perdeu os três jogos. Aparentemente apenas o sistema defensivo, o segundo menos vazado das eliminatórias, pode salvar a equipe de ficar em ultimo lugar na Copa.
Olho nele: Milivoje Novakovic, atacante grandalhão (ao melhor estilo Peter Crouch da Inglaterra), nas jogadas aéreas em direção a cabeça dele mora a remota chance de gols da equipe.

sábado, 22 de maio de 2010

Surpresa da casa?!?!?!


Virou quase que um protocolo em termos de Copa do Mundo aparecer alguma “Surpresa Africana”.
Tornou-se tradição em Copas do Mundo uma equipe africana aprontando pra cima de alguma grande favorita.
Pode se dizer que a tradição começou em 1990, quando Camarões de Roger Milla ficou em primeiro em seu grupo, no qual tinha a atual campeã Argentina, que ficou em terceiro no Grupo (Nessa época havia apenas 6 grupos na Copa, e os melhores terceiros colocados também se classificavam). O curioso é que Camarões ficaram em primeiro mesmo com saldo negativo de gols, isso porque perderam de 4 a 0 para a União Soviética, que foi a ultima colocada do grupo vencendo apenas aquela partida, o futebol e suas ironias. Os camaroneses passaram ainda pela Colômbia nas oitavas antes de serem eliminados pela Inglaterra, na prorrogação, nas quartas de final.
Em 1994 todos esperavam que novamente Camarões surpreendesse na Copa, porém eles novamente ficaram com saldo negativo, só que dessa vez foram 8 gols, e com isso ficaram em últimos no grupo do qual saiu o campeão, Brasil. Curioso é que a União Soviética, no grupo dos camaroneses em 1990, deu lugar a Rússia no grupo de 94, e novamente Camarões tomou uma sacolada, 6 a 1. Enfim, quem bagunçou o coreto dessa vez foi a Nigéria, que ficou em primeiro no grupo que tinha a Argentina, que ficou em terceiro de novo. E novamente a “surpresa africana” foi eliminada por uma européia na prorrogação, a Itália, que seria vice-campeã, botou a Nigéria pra correr logo nas oitavas.
Em 1998, Camarões novamente desapontou "ostentando" o ultimo lugar em seu grupo, e coube mais uma vez a Nigéria “surpreender”. A Copa agora tinha 8 grupos, e no Grupo D a Nigéria ficou em primeiro com o Paraguai em segundo, mandando Espanha e Bulgária pra casa. Novamente a Nigéria caiu nas oitavas, desta vez foi atropelada pela “Dinamáquina”, 4 a 1. A anfitriã de 2010, África do Sul, estreou em Copas e conseguiu dois empates, e só. Tunísia, Marrocos (no grupo do Brasil) também foram a Copa, mas não fizeram nada de especial.
Em 2002 a Nigéria desapontou e ficou em ultimo no Grupo F, voltando pra casa mais cedo juntamente com a Argentina (hahahaha, desculpa não deu pra evitar), Suécia e Inglaterra se classificaram neste Grupo. Camarões mais uma vez compareceu, mas novamente sem brilho. África do Sul venceu sua primeira partida em Copas do Mundo, 1 a 0 pra cima da Eslovênia. A Tunísia novamente apareceu para dizer um “oi”. Mas o título de “surpresa africana” em 2002 ficou com Senegal, estreando em Copa do Mundo. E em sua primeira partida em Copas do Mundo eles derrotaram a França (hahahahahaha, não deu pra evitar de novo), acabaram em segundo no grupo A. Os senegaleses passaram pela Suécia na oitavas e, assim como os camaroneses em 90, caíram nas quartas perdendo na prorrogação, o algoz dos senegaleses foi a Turquia, segunda colocada no grupo do Brasil. Após eliminar Senegal a Turquia seria eliminada na semi-final ao perder para o Brasil pela segunda vez naquela Copa, depois levaram o terceiro lugar ao derrotar a Coréia do Sul.
Em 2006 das 5 seleções africanas participantes 4 eram estreantes, a veterana era a Tunísia que mais uma vez foi dizer o seu “oi”. Angola e Togo estrearam sem fazer nada de muito especial. O que se esperava é que a Costa do Marfim fosse a “surpresa africana” depois da boa campanha na Copa das Nações Africanas que aconteceu no mesmo ano alguns meses antes da Copa, porém a surpresa foi que a surpresa acabou não acontecendo. E dessa forma tivemos uma “surpresa africana” mais modesta. A outra estreante Gana, se classificou em segundo num grupo que fora a Itália (que seria campeã) não tinha nada de mais, acabou caindo nas oitavas, sendo eliminada pelo Brasil (assisti esse jogo num bar com o pessoal do escritório no qual trabalhava na época).
Bem, “surpresa africana” virou uma tradição em Copas, porém neste ano em que o continente africano pela primeira vez irá sediar uma Copa do Mundo, ninguém espera muita coisa das equipes africanas, pelo menos não a ponto de surpreender numa disputa de título. A quem diga que as seleções africanas não se prepararam como deveriam para este momento.
A atual tri-campeã da Copa das Nações Africanas, o Egito, não estará na Copa, aliás não aparece desde 1990 quando caiu logo na primeira fase.
As seleções africanas presentes na Copa de 2010 vem com alguns bons valores individuais, que fazem, ou já fizeram, bonito em ligas importantes da Europa, como por exemplo: Steven Pienaar da África do Sul, Victor Obinna e Obafemi Martins da Nigéria, Karim Matmour da Argélia, Michael Essien e Sulley Muntari de Gana e Gervinho, Salomon Kalou e Didier Drogba da Costa do Marfim. Resta saber se estes talentos individuais são o suficiente para ocasionar uma “surpresa da casa”.
É esperar pra ver.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Grupo a Grupo - Grupo B

Argentina
Nigéria
Coréia do Sul
Grécia

A quem diga que a Argentina se classifica facilmente para as oitavas. Não concordo.
Complicações podem ocorrer.

O dono do Grupo:
Argentina – Atual bicampeã olímpica venceu também os mundiais sub 20 de 2005 e 2007 (o de 2009 foi vencido por Gana... pasme... que venceu o Brasil nos pênaltis nas finais... pasme de novo), porém a dourada geração ainda não conseguiu transformar seu brilhantismo em títulos pela seleção profissional. Os últimos títulos da seleção profissional foram as edições da Copa América de 1991 e 1993 e a Copa das Confederações de 1992.
Atualmente, amarga o bi-vice campeonato da Copa América, perdeu as finais de 2004 e 2007 para formações alternativas do Brasil. Apesar do sufoco nas eliminatórias todos esperam uma boa campanha dos hermanos. A equipe conta com os gols de Diego Milito, que vem de uma boa temporada com a Inter de Milão, a raça de Carlitos Tevez e a segurança e eficiência na defesa de Heinze e Walter Samuel. Mas todos esperam mesmo é que Lionel Messi repita suas boas atuações pelo Barcelona da Espanha para levar a Argentina ao título, para isso ele terá de vencer a “Maldição do Melhor do Mundo”. Nunca um jogador que foi para a Copa com o título de Melhor do Mundo (do ano anterior a Copa) venceu o torneio (Roberto Baggio em 1994, Ronaldo em 1998, Luís Figo em 2002 e Ronaldinho Gaúcho em 2006). A Argentina vai em busca do tri com dois títulos mundiais conquistados com alguma polêmica em 1978 (a Argentina, precisando de saldo de gols para se garantir na final, enfiou uma sacolada pra cima do Peru, que havia sido o primeiro de seu grupo e só havia perdido por mais de um gol de diferença para o Brasil, e com o detalhe de que o goleiro do Peru era Argentino) e em 1986 (quando passou pela Inglaterra nas quartas com o famoso gol de mão de Maradona, que na mesma partida fez seu gol antológico driblando meio time inglês).
Olho nele: Angel Di Maria, meia atacante habilidoso, já foi campeão mundial sub 20 e olímpico pela Argentina. Em Pequim foi eleito o melhor jogador do torneio.

Os convidados:
- Nigéria – Embora tenha feito boas campanhas em 1994 e 1998 ficando em primeiro lugar em seu grupo na primeira fase, nunca foi além das oitavas em Copa. O resultado mais expressivo em termos de futebol foi o ouro olímpico em 1996 (não me obrigue a entrar em detalhes).
Olho nele: Obafemi Martins, é a grande esperança de gols da seleção nigeriana embora não tenha encontrado boa fase em lugar algum desde que saiu da Inter de Milão em 2006.

- Coréia do Sul – Depois de fazer em casa (2002) a sua melhor campanha em mundiais, quando chegou as semi-finais, a Coréia do Sul desapontou em 2006 ao não passar da primeira fase. Ficou em terceiro lugar na ultima Copa da Ásia, que conquistou pela ultima vez em 1960. A equipe aposta em Park Chu-Young, destaque do Mônaco da França na ultima temporada.
Olho nele: Park Ji-Sung, se beneficiou das saídas de Tevez e Cristiano Ronaldo do Manchester, ganhou espaço para mostrar seu talento e fez uma boa temporada na Inglaterra.

- Grécia – Sua grande e solitária conquista futebolística foi a Eurocopa de 2004 (na edição de 2008 não marcou um ponto sequer), batendo na final Portugal de Felipão, Deco, Cristiano Ronaldo e cia. A participação em Copas do mundo sempre bate na trave nas eliminatórias. Em 2010 fará sua segunda participação em Copas, na primeira em 1994, caiu na primeira fase sem marcar um ponto sequer, tomou 10 gols e não fez nenhum. Sofreu o ultimo gol de Maradona em Copas do Mundo.
Olho nele: Georgios Karagounis, o meia é ídolo do Panthinaikos e é um dos poucos que sobraram do time campeão da Eurocopa de 2004.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Jogos que me lembro - Brasil x Argentina (1990)


Nasci durante a Copa de 82, em 84 com apenas 4 anos no máximo sabia gritar “gol”!!!
Já em 1990 já freqüentava estádios acompanhado do pai, e já era um praticante do esporte por assim dizer.
O ano de 1990 como se sabe foi ano de Copa, Fausto Silva era repórter de campo na época. Como telespectador não foi essa a Copa que me chamou a atenção, não gostava de acompanhar o futebol como gosto hoje, preferia praticar, tanto é que enquanto Argentina e Alemanha decidiam o torneio eu estava na praça jogando futebol com meus primos.
Em termos de Copa eu me limitava a assistir jogos do Brasil com a minha camisa 9 (do Careca).
Enfim, 1990 foi a primeira Copa que eu assisti, e por isso é com ela que eu começo a relatar alguns dos jogos que me lembro em termos de Copa do Mundo.
E a lembrança não é nada agradável, não só não é agradável como é a pior lembrança que um brasileiro pode ter em termos de futebol. Em 1990 o Brasil foi eliminado nas Oitavas após perder por 1 a 0, para a...... dói escrever isso.... Argentina, após ter atingido 100% na primeira fase derrotando Suécia, Costa Rica e Escócia.
Naquela fatídica tarde de 24 de junho de 1990 (3 dias após o meu aniversário) o Brasil perdeu inúmeras chances de gol, entre elas uma cabeçada do Dunga que acertou a trave de Sergio Javier Goycochea. E ai vem aquela velha questão de justiça ou injustiça no futebol.
Injustiça pra mim é um time perder ou ganhar por influência da arbitragem, ou outros fatores externos. Fora isso, vitória justa é a vitória daquele que balança a rede, e aos 35 minutos do segundo tempo daquela partida, Diego Armando Maradona driblou Alemão, passou por Dunga e em meio a zaga formada por Ricardo Gomes e Ricardo Rocha lançou a bola para Claudio Paul Caniggia, que driblou Taffarel e fez justiça para a Argentina.
Lembro-me até hoje do meu pai tentando me explicar porque não ia mais ter jogo do Brasil na Copa, porque eu não ia mais ver o Careca jogar.
Fora qualquer polêmica com água batizada ou qualquer coisa do tipo, a Argentina teve praticamente 100% de aproveitamento em chutes a gol naquea partida, enquanto o Brasil só se fez perder gol após gol.
Ainda que eu saiba que, no ano em que eu nasci (1982), o Brasil atropelou a Argentina na Copa do Mundo, ainda que eu veja em Copa América após Copa América a Argentina levar seu grupo principal na tentativa desesperada de conquistar um título e perder pra terceira ou quarta formação do Brasil na final, ainda que eu tenha visto o Brasil se classificar para a Copa de 2010 atropelando a Argentina em Rosário (com a cara de b... do Maradona na lateral do campo), ainda sim eu preciso ver o Brasil eliminar a Argentina em uma Copa do Mundo. Eu preciso ter a minha vingança.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Grupo a Grupo - Grupo A


África do Sul
México
Uruguai
França

Aparentemente um dos grupos mais equilibrados da Copa. Não tem nenhuma equipe que se destaque com muita vantagem em relação as demais. O cabeça de chave o é por se tratar do dono da casa, que cá entre nós não teve muita felicidade no sorteio.

O dono do Grupo:
África do Sul – Embora tenha tido uma atuação mediana na Copa das Confederações e esteja jogando em casa, não se espera ver o nome da equipe entre os classificados para as oitavas. O que se diz é que a equipe pode surpreender extraindo força de sua torcida que já mostrou ser muito animada na Copa das Confederações e está em polvorosa por conta de sediar a primeira Copa do Mundo na África. O craque do time é Steven Pienaar, meia do Everton da Inglaterra, porém a grande arma do time para infernizar a vida dos adversários será mesmo as malditas vuvuzelas (que pela TV já irritam bastante) espalhadas pela sua torcida.
Olho nele: Carlos Alberto Parreira, embora nunca tenha sequer vencido uma partida em Copa do Mundo se não pela Seleção Brasileira, creio que a aparentemente remota chance da África do Sul avançar na competição se fundamenta no pragmatismo dos esquemas táticos armados por Parreira. Nunca fui muito fã do Parreira, mas ele queimou minha língua quando treinou o Corinthians em 2002, infelizmente foi engolido pelo “mar de estrelas” da Seleção de 2006. Enfim, não se sabe o que esperar dele, mas aparentemente sem muitas estrelas no time ele se vira melhor.

Os convidados:
- México – Embora a seleção mexicana tenha presença constante nos álbuns de figurinhas de Copas do Mundo (13 participações de 18 possíveis, sem contar 2010), o México nunca foi de assustar muito. Já venceu uma Copa das Confederações em 1999 (vamos poupar os detalhes) e quase sempre causa incomodo em torneios regionais e competições de base, mas isso não foi suficiente para levar o México além de duas quartas de final (nos anos em que sediou a Copa, 70 e 86). O time conta com a segurança do experiente Rafa Márquez na defesa e o jovem atacante Carlos Vela, artilheiro do Mundial sub-17 de 2005, quando o México foi Campeão.
Olho nele: Giovanni dos Santos, atacante habilidoso, atuou no Barcelona até 2008 de onde saiu para o Totteham da Inglaterra. Parece ter se perdido um pouco do caminho do bom futebol, mas sempre correspondeu na seleção, foi campeão mundial sub-17 em 2005, e no mundial sub-20 em 2007, apesar da boa atuação dele e do resto da equipe, o México acabou caindo nas quartas, perdendo para a Argentina que se sagraria campeã daquele torneio.

- Uruguai – Primeira campeã mundial, e primeiro país a sediar uma Copa do Mundo, a Celeste caiu nas oitavas em 1990, perdendo para a Itália, de lá pra cá compareceu a Copa somente em 2002, quando não passou nem da primeira fase. Time chato de se enfrentar em eliminatórias e em Copa América, teve a ultima grande participação em Copas em 1970 quando caiu nas semi-finais perante ao Brasil (Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino marcaram para o Brasil). A equipe conta com os gols do artilheiro do campeonato holandês de 2009, Luis Suárez do Ájax.
Olho nele: Diego Furlan, artilheiro do campeonato espanhol de 2009 pelo Atlético de Madri, é de longe o melhor jogador do Uruguai, praticamente uma estrela solitária. Sua habilidade e eficiência parecem desaparecer em virtude da apatia do resto da equipe.

- França – Seleção que marcou o primeiro gol em Copas do Mundo (Laurent em 1930) e detentora de um título mundial conquistado em casa (vou me limitar a dizer isso), a seleção francesa aparece com um grande jogador, craque de bola mesmo, em média a cada duas ou três gerações, nos intervalos entre essas gerações suas atuações são penosas de assistir. Classificou-se para Copa de 2010 graças a uma mãozinha que acabou por tirar da Irlanda a honra de disputar o Mundial. O time conta com os gols do jovem Karim Benzema, uma das ultimas contratações milionárias do Real Madri, e também Thierry Henry, que um dia já foi famoso por sua habilidade e pelo seu faro para o gol, hoje em dia é mais conhecido pelas suas mãos lépidas.
Olho nele: Franck Ribery, finalista da Liga dos Campeões da Europa pelo Bayern, o meia é a alma da equipe. Preste a atenção, pois quando ele pegar na bola talvez os amantes de bom futebol tenham algum momento de agrado assistindo aos jogos da França.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Surpresa?!?!?! Que surpresa?!?!?


Saiu a convocação dos jogadores que irão representar o Brasil na Copa de 2010.
O Dunga ganhou pontos comigo hoje, embora não concorde como boa parte da lista.
O que importa é que o Dunga se manteve fiel à sua metodologia de trabalho. Embora tinha convicção de que ele assim o faria, confesso que cheguei a temer um pouco que ele acabasse se desvirtuando em face de forte pressão.
Não se trata de levar jogador bom ou ruim, se tem melhor ou pior do que aqueles que foram convocados, se trata de acreditar em si mesmo, e o Dunga mostrou hoje que a nossa Seleção pode de repente não ter os melhores jogadores do momento, mas tem um técnico convicto e seguro de sua proposta e metodologia de trabalho.
Não se pode culpá-lo por excluir da lista gente que a cada dois meses tem crise de personalidade, cai na bebedeira e diz querer largar a carreira, ou ainda aqueles que tiveram inúmeras chances e nunca repetiram na Seleção o desempenho que tinham nos clubes. E tão pouco se pode dizer que a ausência desses nomes foi surpresa, pra mim foi coerência. Pra dizer que não fiquei surpreso com nada, me surpreendeu a ausência do Victor (goleiro do Grêmio), que, na minha opinião, é melhor que os dois reservas presentes na lista (espero que nada aconteça ao Julio César), e também a “ressurreição” de Gilberto e Kleberson.
Alguns (muitos) “especialistas” clamavam pela convocação de Fulano, Cicrano e Beltrano, agora vamos voltar os relógios no tempo, 4 ou 5 anos, e veremos o mesmo grupo de “especialistas” defendendo de maneira voraz a titularidade de um tal “Quadrado Mágico” na Copa de 2006. O tal quadrado desempenhou muito bem na primeira fase, com 100% de aproveitamento, nas oitavas atropelou uma medíocre seleção de Gana, já nas quartas... esbarrou numa seleção de um homem só, que como seleção era tão medíocre quanto a pobre Gana, e o então “quadrado mágico” se revelou um mero truque barato. Os “especialistas” então preparam a artilharia e detonaram o tal “quadrado mágico” que antes defendiam com louvor, bem como também detonaram o técnico que acolhera a “sugestão” deles.
Caso a Seleção falhe, não faltará abutre sobre a carniça dizendo que deveria ter levado Fulano, Cicrano, Beltrano e uma ou duas aves da fauna brasileira. Mas se Dunga tivesse acolhido a “sugestão” e mesmo assim a Seleção falhasse, os tais “especialistas” seriam os primeiros a dizer que: “Fulano ainda não estava pronto”; “Beltrano não tinha experiência suficiente”; “O Galo (ou qualquer outra ave da fauna brasileira) ainda não tinha saído do ninho”... enfim.
De volta ao presente, Dunga fez bem em se manter fiel aos seus princípios e não ceder a pressão dos “especialistas”. A imprensa (de modo geral, mas neste caso tratando especificamente da esportiva) é extremamente hipócrita, e está recheada de comentaristas comissionados que promovem, muitas vezes de maneira ridícula, certos jogadores para agradar empresários, dirigentes, torcedores.... entre outros stakeholders.
Acho muito curioso não ver gente na TV defendendo a convocação de Hernanes, por exemplo, que é muito melhor que Kleberson, ou então Alex do Fenerbahce, na minha opinião o maior injustiçado do futebol moderno em termos de Copa do Mundo. Fato é que Alex, por exemplo, é o tipo de jogador que é capaz de resolver, mas não é capaz de impressionar. Ilusionismo e malabarismo enchem os olhos daqueles com baixa capacidade de discernimento e que se deixam levar facilmente pela onda dos “especialistas”. O que o povo tem que entender é que embaixadinha, colocar bola na nuca, esse tipo de coisa, uma foca bem treinada é capaz de fazer, Seleção precisa de gente que resolva.
Deixo claro mais uma vez que não concordo com boa parte da lista de Dunga, mas fico feliz por ele ter demonstrado confiar da própria metodologia e não ir na onda de outros. Ainda que fossem consultados os quase 200 milhões de brasileiros que somos, poucas seriam as vezes em que encontraríamos escalações coincidentes para a Seleção Brasileira. Tem muita gente boa pra por em campo e tem muita gente que gosta (mas nem sempre entende) de futebol querendo escalar a Seleção ao seu gosto.
É preciso ordem nas coisas, logo, é preciso escolher um técnico para que este escolha os jogadores com quem trabalhar, e não escolher um grupo de jogadores e colocar um técnico para trabalhar com eles, se assim fosse Seleção alguma precisaria de técnico. Dunga escolheu jogadores que, embora não sejam brilhantes tecnicamente ou não estejam na melhor fase, no passado, no início dos trabalhos do Dunga, chegaram a arrumar briga em seus clubes pra defender a Seleção na Copa América e até em outras partidas de menos expressão quando muitos astros deram as costas. Um grupo de sucesso se constrói com confiança.
Se o grupo convocado é bom o suficiente para vencer uma Copa do Mundo só o tempo dirá, mas é um grupo construído na base da confiança e que além de ficar em primeiro nas suas eliminatórias venceu os dois torneios oficiais que disputou, soube superar os momentos turbulentos no início dos trabalhos e das eliminatórias e mostrou poder de reação na final da Copa das confederações ao reverter um placar de 2 a 0.
Para concluir, digo, mais uma vez, que não gostei de alguns nomes da lista, mas gostei de ver muito “especialista” quebrando a cara e gosto da maneira como o Dunga lida com a hipócrita imprensa esportiva brasileira.
Vai Brasil!!!!